As cotações futuras do milho encerraram esta quarta-feira (9) em alta tanto na Bolsa Brasileira (B3) quanto na Bolsa de Chicago (CBOT), influenciadas por uma combinação de fatores internos e externos. A valorização do dólar, o atraso na colheita da safrinha brasileira e as compras de oportunidade no mercado internacional sustentaram os preços no dia.
Segundo análise da TF Agroeconômica, a alta do dólar frente ao real deu fôlego adicional às negociações na B3, especialmente em um momento de incertezas comerciais envolvendo possíveis tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Alta nas cotações na B3
Na B3, os principais contratos do milho fecharam o dia com ganhos expressivos:
- Julho/25: R$ 62,99 por saca – alta de R$ 0,75 no dia e na semana
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- Setembro/25: R$ 63,80 – avanço diário de R$ 1,35 e semanal de R$ 1,86
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- Novembro/25: R$ 67,72 – alta de R$ 1,13 no dia e R$ 1,51 na semana
A lentidão na colheita da safrinha, que impacta diretamente o ritmo das exportações brasileiras, tem gerado preocupações. Ainda assim, a TF destaca a capacidade de reação dos produtores brasileiros, que pode trazer maior estabilidade ao mercado nos próximos meses.
Mercado internacional também reage
Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do milho também subiram, impulsionados por compras de oportunidade após quedas recentes nos preços, que haviam ficado abaixo dos US$ 4 por bushel – patamar considerado desestimulante para vendas no mercado físico por produtores dos Estados Unidos.
Os destaques do dia:
- Setembro/24: alta de 0,31%, ou US$ 1,25 cents/bushel, fechando a US$ 399,25
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- Dezembro/24: avanço de 0,30%, fechando a US$ 415,50
Etanol e leilões internacionais fortalecem o cenário
Além disso, dados da EIA (Administração de Informação de Energia dos EUA) mostraram um aumento na produção diária de etanol para 1,085 milhão de barris, com queda de 1% nos estoques semanais. Esses dados favoreceram o mercado, ao reforçarem a demanda por milho para uso industrial.
Por fim, leilões internacionais com compras do Irã e da Tunísia também deram suporte aos preços, mesmo com a rejeição da Coreia do Sul, que considerou os preços elevados.
Perspectiva
O cenário do milho segue volátil, com o mercado reagindo a movimentos de câmbio, logística de colheita e demanda internacional. A expectativa é de que os próximos dias mantenham a forte influência do dólar e da capacidade logística brasileira na formação dos preços.