O comunicado do Banco Central de 01/11, pós a 258ª reunião do Comitê de Política Monetária, apresenta uma síntese sobre os rumos da Selic e a situação econômica do País travados entre os nove membros do colegiado. O Brasil faz parte dos países que decidiram aumentar a taxa de juros depois do surto pandemia do covid-19. Naquele momento, o mundo em geral foi afligido pelo ciclo inflacionário nos preços de bens e serviços. Agora, o cenário nacional convive com medidas para reduzir a taxa de inflação.
No ambiente externo, a conjuntura está mais adversa. A situação exige atenção e cautela por parte de países emergentes. O Banco Central dos Estados Unidos - Federal Reserve (FEd) – por exemplo, manteve pela segunda reunião consecutiva, as taxas de juros estáveis no intervalo de 5,25% a 5,50%. É o nível mais elevado em 22 anos, tendo sido aumentado 11 vezes desde março de 2022. Mesmo assim, a economia expandiu com força no terceiro trimestre, com taxa anualizada de 4,9% ao ano.
O Comitê considera importante a firme persecução das metas fiscais já estabelecidas pelo governo para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, a condução da política monetária. A estratégia de convergência da inflação para o redor da meta inclui o horizonte dos anos de 2024 e de 2025. Essa direção implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
No Brasil, a condução de uma política monetária contracionista demanda serenidade e moderação. Enquanto a tendência do processo desinflacionário é lento, as expectativas de inflação com reancoragem ocorrem ainda que parcial. De dimensão global, o cenário é sempre desafiador. Os bancos centrais convergem as taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões dos mercados.
Diante desse cenário interno esperado, Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano. O corte se alinha com as duas decisões anteriores, de 1º e 2 de agosto e 19 e 20 de setembro. Para as próximas reuniões, os membros do Comitê anteveem redução da mesma magnitude. Neste ano, apenas haverá mais uma reunião do Copom, marcada para os dias 12 e 13 de dezembro.