A retração de 8% nos preços dos produtos lácteos no terceiro trimestre de 2023, em comparação ao ano anterior, impactou negativamente no faturamento do setor varejista alimentar. O estudo realizado pela Scanntech, líder em inteligência de dados para o varejo, indica que, no período, o leite teve um crescimento de apenas 1% no volume de vendas e uma redução de 6% no faturamento. Desde julho - quando a retração nos preços dos produtos lácteos atingiu 13% - os preços dos lácteos tem desacelerado, chegando em a -3%
Segundo Priscila Ariani, diretora de Marketing da Scanntech, uma das razões para a queda é o enfraquecimento do consumo e o aumento das importações. "Com o aumento da oferta do produto, mesmo durante o período de entressafra, houve uma pressão descendente sobre os preços", ele explica.
O estudo também destaca outros dois itens da cesta de lácteos: o queijo e o iogurte. O primeiro teve uma redução de 15% no preço no terceiro trimestre em comparação com 2022, enquanto o segundo apresentou um aumento de 10% no preço. No entanto, o volume de vendas de queijo em 2023 foi 8% maior em relação ao ano anterior, enquanto o de iogurte aumentou apenas 1%.
Entre os diversos tipos de queijo, a muçarela lidera com 61,6% do faturamento da categoria no terceiro trimestre de 2023, seguida pelo queijo tipo prato, com 8,6%. Nesse período, o preço da muçarela caiu 20%, o que resultou em um aumento de 14,2% no volume vendido em comparação com o mesmo período de 2022. O queijo tipo prato, por outro lado, teve uma queda de preço de 11% e seu volume de vendas diminuiu 0,4%. Em relação à preferência de pesagem de queijos, os consumidores brasileiros optam por unidades de peso fixo (embalagens fechadas) em vez de variáveis (a granel).
O recorte dos lácteos no estudo da Scanntech acontece dentro da cesta de mercearia básica, que em 2023 é a maior detratora nos preços, enquanto bebidas e perfumaria trazem os maiores aumentos no ano.