Os pequenos negócios receberam destaque como protagonistas do desenvolvimento sustentável e inclusivo, desta vez durante a Conferência Internacionalização das MPMEs, realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, nos Estados Unidos. Em clima de esforço mútuo e troca de experiências, autoridades de alto nível de diversos países acompanharam a diretoria executiva do Sebrae posicionar as micro e pequenas empresas como indutoras do crescimento socioeconômico no Brasil e no mundo.
“Viemos aqui posicionar os pequenos negócios como referência para as Américas, mostrando o potencial do setor para conquistar mercados internacionais no continente americano. Para isso, buscamos novas parcerias estratégicas, incluindo a América Latina”, afirmou o presidente do Sebrae, Décio Lima, na abertura da Conferência. Ao comentar a expansão de oportunidades no mercado internacional, Lima contrapôs o impacto positivo do setor com as restrições que os pequenas negócios enfrentam para navegar na complexa cadeia de abastecimento global.
Sem hesitar, o presidente do Sebrae detalhou a trajetória do Sebrae como representante dos pequenos negócios brasileiros: “Somos a sexta marca mais forte do Brasil e o empreendedorismo produz renda, constrói inclusão e cidadania. Não podemos ter um planeta sustentável e desenvolver tecnologias que geram qualidade de vida, sem olhar para as 750 milhões de pessoas, do mundo, que ainda estão, literalmente, na pobreza, em completa exclusão”, alertou o presidente do Sebrae, acrescentando que “todos devemos repactuar nosso compromisso com a transformação social por meio da inclusão produtiva”.
Também ecoou na plateia a fala da diretora do Sebrae Margarete Coelho no debate “Garantindo a participação plena das mulheres”, conduzida por Kim Osbourne. A partir do contexto brasileiro, que pode ser espelhado para outros países das Américas, Margarete destacou como desafios do empreendedorismo feminino o acesso a crédito, que é 3,4% mais caro para as mulheres do que para os homens, a desconfiança que ainda existe sobre negócios liderados por mulheres, além da economia do cuidado, que faz com que as mulheres trabalhem 50% mais tempo nos afazeres domésticos e, com isso, investem 17% menos tempo na gestão de seus negócios.
“O empreendedorismo feminino acontece por necessidade. São mulheres que não conseguem se manter em um emprego formal, que assumem quase que integralmente as atividades domésticas e a economia do cuidado”, alertou a diretora do Sebrae, afirmando que o empreendedorismo tem se revelado uma alternativa de vida para esse grupo. “Com o programa Sebrae Delas, desde 2020 incentivamos e aceleramos negócios comandados por mulheres em todo o Brasil”.
Por ano, 100 mil empreendedoras fazem cursos e capacitações em diversos temas relacionados aos negócios e ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais. “Temos colocado cada vez mais energia em fortalecer as políticas públicas que estimulam e apoiam o empreendedorismo feminino, assegurando as condições necessárias para que as empreendedoras possam competir em igualdade de oportunidades”, finalizou a diretora da instituição.
Sobre a Missão internacional em Washington
A missão, que acontece a convite da Organização dos Estados Americanos (OEA), visa promover e fortalecer a internacionalização dos pequenos negócios brasileiros nas Américas. A agenda envolveu, entre outros compromissos, reuniões na Embaixada do Brasil, encontro com empresários e agentes públicos que atuam com promoção comercial e tecnológica nos Estados Unidos e Canadá.
A OEA é parceira do Sebrae, e tem financiado a transferência da metodologia dos SBDCs (Centros de Desenvolvimento dos Pequenos Negócios, dos EUA) para o Sistema Sebrae, que está iniciando pilotos da metodologia em três Sebrae nos estados: MG, MS e RN.