As recentes altas temperaturas que assolaram importantes regiões produtoras de tomate e as chuvas intensas que afetaram áreas de cultivo de cebola têm gerado repercussões significativas nos principais mercados atacadistas do país. Segundo o 3º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quarta-feira (20), os preços de comercialização desses alimentos têm apresentado um aumento expressivo nos últimos meses.
De acordo com o levantamento da Conab, o calor excepcional registrado em janeiro acelerou a maturação do tomate, resultando em uma oferta abundante no início do ano. Contudo, essa condição teve como consequência uma menor disponibilidade do produto em fevereiro, indicando o esgotamento da safra de verão. Com a transição para a safra de inverno, prevista para março/abril, espera-se uma normalização da oferta.
No caso da cebola, a alta nos preços é uma tendência esperada para o período, principalmente devido à dependência do mercado em relação à oferta do sul do país, especialmente de Santa Catarina, complementada por importações. A Conab destaca que este cenário tem influenciado no aumento dos preços observados.
Entretanto, nem todos os produtos apresentaram aumento de preço. Segundo o relatório, a cenoura registrou queda nas cotações, atribuída ao aumento na quantidade ofertada nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas. Com a intensificação da colheita nos principais estados produtores, houve uma redução nos custos.
Quanto à batata, embora os preços tenham se elevado, a intensidade foi menor em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse comportamento é justificado pela maior oferta do tubérculo, cujo plantio foi retardado devido às condições climáticas. No entanto, observa-se uma tendência de queda nos preços no início deste mês, sugerindo um aumento na disponibilidade do produto nos mercados, à medida que a safra das águas se intensifica.