Na conferência sobre mudanças climáticas das Nações Unidas (ONU) declarações dos presidentes da França e do Brasil desviam o debate para a esfera do mercado internacional. Após um encontro bilateral as falas dos dois líderes deve adiar ainda mais o acordo Mercosul/União Europeia.
Neste sábado (2) em sua passagem pela COP28, em Dubai, Emmanoel Macron disse ser contra o acordo de livre comércio entre os blocos. Para o chefe do executivo francês as premissas estariam antiquadas, a considerar que foram construídas há mais de 20 anos – as negociações acontecem desde 1999.
Também presente na conferência da ONU, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente brasileiro, rebateu. Para um grupo de jornalistas brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva disse que o país francês é protecionista.
Havia uma nova expectativa, entre tantas outras frustradas nos últimos meses, de concluir o acordo na próxima semana, antes da possa do novo presidente da Argentina Javier Milei, um contundente crítico do Mercosul.
Como um dos principais panos de fundo das negociações está o agronegócio. De um lado opõem os principais produtores agrícolas dos dois blocos, Brasil e França. De outro reacende uma disputa entre Brasil e Argentina na participação do comércio mundial da soja, especialmente o farelo de soja, onde o país vizinho era líder mundial. Com quebras sucessivas de safras, os argentinos viram essa liderança comprometida e ameaça pro Brasil.
Brasil na COP28 – Estima-se que a comitiva do Brasil na conferência seja a maior entre os mais de 190 países participantes. São mais de 1,3 mil pessoas, representantes do público e do privado e da sociedade civil. Além do estande oficial do governo brasileiro, Confederação Nacional da Indústria (CNI), ApexBrasil e Consórcio da Amazonia também tem espaços exclusivos nas diversas áreas de estandes no complexo Expo City Dubai. A COP28, que começou dia 30/novembro segue até 12 dezembro.