O avanço lento da colheita da segunda safra de milho no Brasil tem influenciado o comportamento dos preços do cereal em algumas regiões, segundo apontam levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Embora o mercado continue pressionado pela expectativa de uma oferta elevada e pelo cenário de desvalorizações no mercado externo, a redução das cotações tem sido limitada.
Em regiões consumidoras, como o estado de São Paulo, os preços chegaram a apresentar reação pontual, impulsionados por uma demanda que supera a oferta disponível de milho padronizado. De acordo com o Cepea, as chuvas recentes também têm dificultado o acesso às lavouras e reduzido a disponibilidade imediata de grãos com boa qualidade, o que contribui para sustentar os preços nesses mercados.
Conforme dados da Conab, até o dia 21 de junho, a colheita da segunda safra havia atingido 10,3% da área nacional, com avanço semanal de 6,4 pontos percentuais. Ainda assim, o ritmo segue atrasado em comparação aos anos anteriores: no mesmo período de 2024, a colheita já alcançava 28%, e a média dos últimos cinco anos é de 17,5%.
A lentidão nas operações de campo reforça a atenção do mercado às condições climáticas e logísticas, que continuarão influenciando a dinâmica de preços no curto prazo.