Os preços do algodão em pluma vêm registrando queda no mercado brasileiro, pressionados pelo avanço da colheita de uma safra que promete ser histórica. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o aumento da oferta interna tem influenciado diretamente na desvalorização do produto.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado neste mês de julho, estima a safra brasileira 2024/25 em 3,938 milhões de toneladas, um volume 6,4% superior ao colhido na temporada anterior (2023/24), consolidando-se como uma das maiores da história do país.
Em contrapartida, no cenário internacional, os preços do algodão seguem em movimento de alta. A valorização no mercado externo está ligada à demanda firme pelo produto norte-americano. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção global de algodão para a safra 2025/26 deve alcançar 25,783 milhões de toneladas, com queda de 1,2% em relação ao ciclo 2024/25. Esse recuo na oferta mundial reforça a procura pelo algodão dos EUA e sustenta os preços no mercado global.
Mercado de caroço de algodão também se movimenta
Além da pluma, o mercado de caroço de algodão também começa a ganhar ritmo neste mês. Levantamento do Cepea aponta que compradores estão mais ativos, buscando lotes da nova safra 2024/25, que começa a ser disponibilizada gradativamente.
Por outro lado, os vendedores ainda priorizam a entrega e cumprimento dos contratos a termo firmados anteriormente, o que limita a oferta imediata e mantém o mercado em ritmo moderado.
Com uma produção interna robusta e perspectivas mistas no cenário internacional, o setor algodoeiro brasileiro deve seguir atento às movimentações da colheita e da demanda global, que seguem como fatores determinantes para a formação de preços nos próximos meses.